Você já olhou
um alimento e disse que não gosta sem ao menos provar? Ou não consegue de jeito
nenhum comer algo devido ao cheiro, o sabor e a aparência? Será isso uma real
aversão ou é apenas uma barreira que você criou para não comer determinados
alimentos?
É comum as
pessoas confundirem aversão alimentar com o fato de não gostarem de algum
alimento, mesmo até sem tê-lo provado alguma vez. Essa atitude é bem comum em
crianças, afinal elas ainda estão em formação de crenças e hábitos, mas em
adultos isso também tem sido comum, você se identifica?
A
aversão alimentar na fase adulta está muito relacionada com os hábitos
alimentares que adquirimos na infância, na verdade até mesmo antes de
nascermos, ou seja, a percepção de sensação ou sabores desagradáveis, ainda na
barriga da mãe, pode contribuir para uma aversão alimentar na fase adulta, e
também o contrário também é verdadeiro, quando a mãe se alimenta de muitos
vegetais, a criança tende a ter uma melhor aceitação desse alimentos, assim
como o consumo excessivo de açúcar na gestação acarreta uma compulsão no bebê
por alimentos doces logo ao nascer, podendo causar inclusive rejeição do leite materno.
A dieta da criança nos primeiros anos de vida também é crucial para moldar os
gostos e os hábitos alimentares durante a adolescência e a vida adulta. Mas não
apenas a dieta, muitas coisas podem desencadear a aversão alimentar como
fatores psicológicos, sociais, familiares e até religiosos.
Mas
antes de você listar milhares de alimentos aí na sua mente, você sabe mesmo o
que significa aversão? Segundo o dicionário Aversão é: um sentimento de repulsa, algo que
afasta de alguém ou alguma coisa. Os sinônimos de aversão são: nojo, horror,
repulsa, asco, repugnância.
E
aí? Será que aqueles brócolis, aquela rúcula, ou aquele peixe, realmente te
gera esse sentimento de repulsa? Ou será que você nunca experimentou? Ou talvez
tenha experimentado apenas uma vez. Será que se você estivesse com muita, muita
fome você deixaria de comer, só porque você “não gosta”? Imagine que estivesse
há 48 horas sem se alimentar, e a única comida disponível é exatamente algo que
você não é muito fã, ou é algo que você nunca comeu, ainda assim você deixaria
de comer?
Quando
rejeitamos algum alimento com a desculpa de “não gosto disso”, sem nem ao menos
experimentar, fortalecemos ainda mais o nosso preconceito com novos sabores e
alimentos. Mas isso não é aversão, é apenas uma opinião, algo que já se tornou
automático no cérebro. Mas é algo que pode e deve ser mudado. Chegar na vida
adulta cheio de manias alimentares é normal e comum, mas é importante ter consciência
dos riscos à saúde e abrir a mente. Costumo sempre dizer aos meus pacientes
para que não tenham preconceitos com os alimentos, por mais diferentes que eles
pareçam, mesmo eles sendo verde, amarelo, roxo, laranja e até mesmo rosa, mesmo
sendo redondos ou compridos, amargos, azedos ou doces, mesmo com uma textura
estranha, não devemos ter preconceitos.
O
odor, o aspecto, a textura ou até efeitos que o alimento pode causar no corpo
podem ser decisivos na hora de escolher ou rejeitar algum alimento, porém
quando essa aversão é exagerada ela pode resultar em um transtorno alimentar
chamado Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo. Uma alimentação inadequada
provocada por esse problema pode acarretar graves problemas nutricionais, como
deficiência de micronutrientes, diminuição da imunidade, dependência de
suplementos vitamínicos, emagrecimento não saudável ou ganho de peso (devido à
ausência na ingestão alimentos saudáveis e aumento na ingestão de junk food),
queda de cabelo, dentre outros.
Aversão
alimentar é diferente de ‘não gostar de algo’, mas ambos têm tratamento. Aqui
vão algumas dicas:
1.
Derrube seus preconceitos, dê uma nova chance;
2. Inclua aos poucos os alimentos em questão, se
você tem uma lista grande, comece com 1 alimento novo por quinzena;
3. Procure conhecer os benefícios que aquele
alimento pode proporcionar ao seu organismo;
4. Comece com pequenas quantidades;
5. Use temperos para que a refeição fique mais
prazerosa;
6.
Coloque este alimento na sua rotina alimentar, e
não apenas em dias esporádicos;
7. Com o passar do tempo e a melhoria na aceitação,
inclua quantidades maiores e com mais frequência;
8. Em se tratando de legumes e verduras, desafie-se
um dia a experimentá-lo sem temperos, somente o vegetal em questão. (Seu
paladar deve conhecer o real sabor dos alimentos).
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